Segundo a PF, a empresa do Rio de Janeiro era "aparentemente utilizada para a ocultação de bens adquiridos ilicitamente". A pedido da Polícia Federal, a Justiça determinou o bloqueio de todos os bens dos investigados, incluindo imóveis, veículos, recursos financeiros e investimentos bancários.
Os envolvidos foram indiciados por crimes contra o sistema financeiro, incluindo gestão fraudulenta, formação de quadrilha e indução do investidor a erro por conta da veiculação de informações falsas ou sonegadas. As penas nesses casos variam de um a 12 anos de prisão.
Em nota, a PF afirmou que o inquérito foi iniciado em 2010 para apurar a ocultação de prejuízo e a criação de resultados artificiais no Cruzeiro do Sul entre 2008 e os primeiros quatro meses de 2009. As operações teriam levado ao pagamento indevido de dividendos a acionistas, além de outras quantias aos controladores do banco.
A Polícia Federal acrescentou que a superintendência regional do Rio de Janeiro da Delegacia de Repressão aos Crimes Financeiros conduz outra linha de investigação.
Até agora, já foram abertos três inquéritos sobre o caso. Eles apuram a arquitetura por trás da concessão de empréstimos falsos, além de possível desvio de recursos e sonegação de impostos. O envolvimento de entidades como a Associação Beneficente dos Músicos Militares do Brasil (Ambra) também está sendo investigado.
O Banco Central e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) apontaram um rombo de 2,23 bilhões de reais nas contas do Cruzeiro do Sul em maio deste ano. Depois de três meses de busca, nenhuma instituição financeira topou assumir o controle e as dívidas do banco, culminando com a sua liquidação.
Fonte: Marcela Ayres, de